Fez-se a noite, mais fria e escura,
numa névoa cerrada, a angústia perdura,
Kiki, passo a passo, nessa estrada infinita
abstrai-se em si, da criatura maldita.
Dolorosa a tarefa de acalmar os demónios,
quando só o medo atiça os neurónios.
Sempre num registo de coragem exacerbada,
caminha convicta. Não pensa em mais nada.
E a estrada é imensa, a estrada não cede...
as pernas são fortes, só o espírito estremece
quando ao fundo uma sombra mais que sombria
corta o fôlego e a alma angustia.
Anos a fio, com a besta bem domada,
de nada valeram, agora descontrolada...
um rasgo de medo lacerou sem aviso
e a criatura das goelas, saltou toda em riso.
Num vómito, Kiki soltou-a para fora,
triste...já sabia como terminaria a história...
a criatura maldita ensaiou a sua única dentada
e Kiki ficava para sempre encarcerada.
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
A Criatura
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